A historia de Agostinho deixa muita perguntas sem resposta. Pouco se sabe da vida dele, de onde veio, para onde foi. O que se sabe é que ele era um negro letrado e que fundou a primeira igreja protestante brasileira, e que essa igreja era negra. Sabe-se também que na sua trajetória política conheceu Sabino, o líder da revolta baiana conhecida como a sabinada. Ele participou da Confederação do Equador.
Um fato marcante na vida de Agostinho foi a sua prisão em 1846. Graças a esse episódio ficou registrado um pouco da sua vida, documentada na imprensa de Recife e em inquérito policial, que hoje são fontes de pesquisas resgatando o legado desse grande homem.
Não se sabe o que aconteceu com o pastor negro Agostinho José Pereira depois da sua prisão. Um jornal da época noticiara que Agostinho fora solto por habeas corpus impetrado pelo advogado Borges da Fonseca e que quando passava nas ruas acompanhado pelos seus discípulos a multidão gritava e assoviava.
Ao passar por Pernambuco em 1852, o naturalista inglês Charles B. Mansfield referiu-se ao mestre como um “Lutero negro”, que não sabia onde ele estava, mas tinha ouvido que tinha sido condenado a três anos de prisão ou fora deportado.
O Lutero Negro deixou um legado para a igreja e a sociedade brasileira.
Publicado por Missões Quilombo em 14 fevereiro 2011 às 13:42
André, se olharmos nesta sua perspectiva a primeira igreja protestante no Brasil seria a Igreja dos calvinistas franceses que realizaram o primeiro culto protestante no Brasil em 1557. Só depois é que foi inaugurada pela corte de Nassau por volta de 1630, a Igreja Reformada Holandesa, a qual você cita.
Depois dessas houve varias tentativas: comerciantes ingleses estabeleceram a Igreja Anglicana no país, em 1811, Seguiram a implantação de igrejas de imigração: alemães trouxeram o luteranismo em 1824.
Agostinho José Pereira, fundou a primeira igreja protestante genuinamente brasileira, era de brasileiros e em língua portuguesa.
Entenda:
Em 1858, o reverendo Roberto Kalley fundou a Igreja Fluminense, episódio considerado pela história oficial como data de fundação da primeira igreja protestante do Brasil. A questão é que: oficialmente, se considera como a primeira igreja protestante por ter batizado o primeiro brasileiro, também organizou a primeira igreja protestante do Brasil em língua Portuguesa.
Em 1841, Agostinho José Pereira começou a pregar pelas ruas do Recife. Nasceu, assim, a primeira igreja protestante brasileira, a Igreja do Divino Mestre, com seus mais de 300 seguidores, negros e negras, todos livres e libertos.
Com relação a Agostinho, a sua historia não é só oral, ela foi documentada no jornal O Nazareno, de 31 de outubro de 1846, no Arquivo Público de Pernambuco e em outros documentos arquivados. O fato da história de Agostinho José Pereira se tornar oral e correr pelo nordeste como uma espécie de beato, como você cita, foi justamente pela grandeza do seu impacto, depois de Agostinho surgiram vários outros Agustinhos, qualquer negro que aparecia mostrando a sua religiosidade era apelidado de Agostinho durante muito anos no nordeste brasileiro.
A historia de Agostinho José Pereira, o Lutero Negro, não é especulação ou interesse, e fato pesquisado e comprovado.
A respeito da sua citação: “faceta do Cristianismo é terrivelmente incondizente com a pessoa negra”. Acreditamos em um Cristianismo de Matriz Africana que contempla toda a dimensão da pessoa humana. Portando condizente para todos e todas. Agradeço pelo seu comentário que engrandece o fórum.
Bibliografia e Referências
HAHN, Carl. Estudos da Religião 2/Culto Protestante no Brasil: Breve histórico dos Cultos Evangélicos no Brasil. Imprensa Metodista. São Paulo, 1985.
O jornal O Nazareno, 1846
Arquivo Público de Pernambuco
Rotinas e Rupturas do Escravismo, Recife 1822-1850. (Editora Universitária-UFPE, 2002).
Fonte: http://negrosnegrascristaos.ning.com/group/mne/forum/topics/agostinho-jose-pereira
Um fato marcante na vida de Agostinho foi a sua prisão em 1846. Graças a esse episódio ficou registrado um pouco da sua vida, documentada na imprensa de Recife e em inquérito policial, que hoje são fontes de pesquisas resgatando o legado desse grande homem.
Não se sabe o que aconteceu com o pastor negro Agostinho José Pereira depois da sua prisão. Um jornal da época noticiara que Agostinho fora solto por habeas corpus impetrado pelo advogado Borges da Fonseca e que quando passava nas ruas acompanhado pelos seus discípulos a multidão gritava e assoviava.
Ao passar por Pernambuco em 1852, o naturalista inglês Charles B. Mansfield referiu-se ao mestre como um “Lutero negro”, que não sabia onde ele estava, mas tinha ouvido que tinha sido condenado a três anos de prisão ou fora deportado.
O Lutero Negro deixou um legado para a igreja e a sociedade brasileira.
Publicado por Missões Quilombo em 14 fevereiro 2011 às 13:42
André, se olharmos nesta sua perspectiva a primeira igreja protestante no Brasil seria a Igreja dos calvinistas franceses que realizaram o primeiro culto protestante no Brasil em 1557. Só depois é que foi inaugurada pela corte de Nassau por volta de 1630, a Igreja Reformada Holandesa, a qual você cita.
Depois dessas houve varias tentativas: comerciantes ingleses estabeleceram a Igreja Anglicana no país, em 1811, Seguiram a implantação de igrejas de imigração: alemães trouxeram o luteranismo em 1824.
Agostinho José Pereira, fundou a primeira igreja protestante genuinamente brasileira, era de brasileiros e em língua portuguesa.
Entenda:
Em 1858, o reverendo Roberto Kalley fundou a Igreja Fluminense, episódio considerado pela história oficial como data de fundação da primeira igreja protestante do Brasil. A questão é que: oficialmente, se considera como a primeira igreja protestante por ter batizado o primeiro brasileiro, também organizou a primeira igreja protestante do Brasil em língua Portuguesa.
Em 1841, Agostinho José Pereira começou a pregar pelas ruas do Recife. Nasceu, assim, a primeira igreja protestante brasileira, a Igreja do Divino Mestre, com seus mais de 300 seguidores, negros e negras, todos livres e libertos.
Com relação a Agostinho, a sua historia não é só oral, ela foi documentada no jornal O Nazareno, de 31 de outubro de 1846, no Arquivo Público de Pernambuco e em outros documentos arquivados. O fato da história de Agostinho José Pereira se tornar oral e correr pelo nordeste como uma espécie de beato, como você cita, foi justamente pela grandeza do seu impacto, depois de Agostinho surgiram vários outros Agustinhos, qualquer negro que aparecia mostrando a sua religiosidade era apelidado de Agostinho durante muito anos no nordeste brasileiro.
A historia de Agostinho José Pereira, o Lutero Negro, não é especulação ou interesse, e fato pesquisado e comprovado.
A respeito da sua citação: “faceta do Cristianismo é terrivelmente incondizente com a pessoa negra”. Acreditamos em um Cristianismo de Matriz Africana que contempla toda a dimensão da pessoa humana. Portando condizente para todos e todas. Agradeço pelo seu comentário que engrandece o fórum.
Bibliografia e Referências
HAHN, Carl. Estudos da Religião 2/Culto Protestante no Brasil: Breve histórico dos Cultos Evangélicos no Brasil. Imprensa Metodista. São Paulo, 1985.
O jornal O Nazareno, 1846
Arquivo Público de Pernambuco
Rotinas e Rupturas do Escravismo, Recife 1822-1850. (Editora Universitária-UFPE, 2002).
Fonte: http://negrosnegrascristaos.ning.com/group/mne/forum/topics/agostinho-jose-pereira
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